Prótese Mamária (Mastoplastia de Aumento)


Indicação
As pacientes procuram os cirurgiões plásticos para uma cirurgia de prótese de silicone, também chamada de mamoplastia de aumento, devido aos seguintes motivos:

  • estético: tem mamas de volume pequeno ou normal mas desejam aumentá-las;
  • mamas muito pequenas (hipomastia): volume muito pequeno das mamas;
  • diferenças do tamanho e forma entre as mamas (assimetrias): quando esta assimetria é muito grande, a colocação de próteses de tamanhos diferentes ou colocação de próteses iguais com redução do volume da mama maior está indicada;
  • cicatrizes após cirurgias: após cirurgias de biópsias de cistos mamários ou retirada de mamas devido a doenças como câncer;
  • ausência das mamas (amastia): muito rara, a paciente pode ter somente a aréola ou às vezes nem a aréola. Está indicada a colocação de próteses mamárias de silicone, geralmente de grande volume e atrás do músculo peitoral.

Os tipos de próteses
O material empregado na fabricação das próteses mamárias geralmente é um tipo de polímero sintético, conhecido como silicone. Este produto faz parte da composição do revestimento da prótese (parte de fora), podendo também ser recoberto por outros produtos , como o poliuretano. Esse revestimento pode ser texturizado (mais utilizado por ser dar menos contratura capsular) ou liso (pouco utilizada atualmente).

O conteúdo da prótese (parte de dentro) pode ser o gel de silicone, o soro fisiológico ou mesmo alguns tipos de óleos. O material com resultado mais natural e mais seguro quanto a perfurações continua sendo o gel de silicone.

A forma das próteses pode ser redonda (maior projeção e do “colo” do seio), anatômica (menor projeção do “colo”) ou cônica (mais recente, é uma variação da redonda).

O perfil pode ser super-alto (maior projeção da mama), alto, médio ou baixo (menor projeção).

Tempo de internação
Entre seis e 24 horas, dependendo da anestesia e da preferência do cirurgião.

Tipo de anestesia
Pode ser a geral, peridural ou local com sedação.

Técnica cirúrgica
Os cortes (incisões) e cicatrizes podem ser:

  • em volta da aréola: indicado quando as mamas são pequenas e sem queda (ptose);
  • embaixo da mama: localizada no sulco inferior da mama, também é indicada para pacientes com mamas pequenas e sem quedas (ptoses);
  • “T” invertido: quando a paciente tem moderada a grande flacidez de pele e queda (ptose), essa é uma boa técnica, com efeito mais duradouro;
  • vertical: localizada entre a aréola e o sulco inferior da mama, indicada para pequena a moderada queda (ptose);
  • na axila: localizada dentro da axila, é indicado quando as mamas são pequenas e sem queda (ptose). No Brasil são pouco utilizadas pois a cicatriz pode ficar aparente quando se usa biquini ou blusas sem manga.

Localização das próteses
Esta cirurgia tem por finalidade introduzir uma prótese mamária atrás do tecido glandular das mamas, sendo que esta prótese pode ficar em diferentes localizações. Esta localização leva em consideração o músculo peitoral maior, que fica logo atrás da glândula mamária. Podem ser as seguintes:

  • na frente do músculo peitoral (subglandular): menos dolorosa, recuperação mais rápida. Porém a prótese pode ficar mais visível e palpável, além de ter uma maior chance de contratura capsular;
  • atrás do músculo peitoral (submuscular): resulta num “colo” mais harmonioso e natural, porém a recuperação é mais dolorosa e demorada;
  • técnica dupla (“dual-plane”): a porção superior da prótese fica atrás do músculo peitoral e a parte de baixo da prótese fica na frente do músculo. Essa técnica procura associar as vantagens das duas técnicas acima, diminuindo suas possíveis complicações.

Orientações pós-operatórias
Normalmente esta cirurgia não apresenta um pós-operatório doloroso. Os pontos são retirados entre dez e 21 dias, dependendo da técnica. Os primeiros curativos devem ser trocados pelo cirurgião nos retornos no consultório e permanecem entre 60 a 90 dias. O soutien modelador permanece entre seis e oito semanas.

Deve-se evitar dirigir automóveis, esforços físicos e atividades domésticas como limpeza da casa e de roupas por três a quatro semanas. Musculação, natação e outras atividades físicas intensas devem ser iniciadas somente após dois a três meses.
Exercícios relativos aos membros inferiores (caminhada, esteira...), poderão ser reiniciados em torno de 15 dias, evitando-se o"alto impacto". A exposição ao sol e a calor intenso devem ser evitados por dois a três meses e, quando o fizer, protetor solar fator 30 ou maior deve ser utilizado.

Pós-operatório
Após a cirurgia podem ocorrer manchas roxas na pele (equimoses), inchaço (edema), pequenos hematomas, abertura do corte (deiscência da sutura), alterações transitórias da sensibilidade e infecção.

As mamas ficam muito inchadas (edemaciadas) inicialmente, sendo que após 72 horas elas começam a desinchar. O resultado final surgirá com seis meses, mas com dois meses já terá diminuído em 50% esse edema.

A contratura capsular é a formação de uma cápsula fibrosa (endurecida) envolvendo as próteses. Ela é uma intercorrência indesejável que pode ocorrer em cerca de 2% a 4 % com o uso das próteses atuais mais modernas (antigamente podia chegar a 30%). Essa contratura capsular pode ser variável, podendo ir de imperceptível (não necessitando de tratamento cirúrgico) até o comprometimento das mamas com dor e deformidade, causando necessidade de novo tratamento cirúrgico para substituição ou mesmo retirada das próteses.

Evolução a longo prazo
A cirurgia de prótese de mamas não é cirurgia para o resto da vida, afinal a paciente continua envelhecendo.

Alguns fatores como idade, variação do peso corporal, qualidade e textura da pele, influências hormonais, gravidez e lactação interferem nas mamas, independentemente de terem ou não sido operadas.

Mas o resultado de uma mama operada é significativamente mais belo do que uma não operada, com o passar dos anos.

Troca das próteses
A troca das próteses mamárias hoje em dia somente é recomendada nos casos de ruptura (muito rara com as próteses mais modernas), contratura capsular severa, infecção ou desenvolvimento de doenças mamárias incompatíveis com a permanência deste corpo estranho no organismo.

O controle com o cirurgião plástico, o ginecologista, o mastologista, os exames de mamografia e os auto-exames irão detectar estas alterações, indicando a troca. Não há obrigatoriedade de troca a cada 10 anos. As próteses utilizadas hoje em dia podem ficar no organismo da paciente até o fim da vida, sem qualquer prejuízo à sua saúde.